Roberto Abraham Scaruffi

Monday 28 February 2011


Posted: 27 Feb 2011 08:04 AM PST
A polícia chinesa impediu neste domingo vários jornalistas estrangeiros de filmarem o amplo desdobramento das forças de segurança para impedir uma manifestação, e alguns deles, como das emissoras BBC, ARD, ZDF e APTV foram levados a interrogatório.
Agentes policiais, uniformizados ou à paisana, proibiram o acesso de jornalistas com câmeras à rua comercial Wangfujing, no centro de Pequim. Segundo as forças de segurança, filmar está proibido no local.
Os policiais permitiam o acesso à rua apenas aos jornalistas da imprensa escrita. No entanto, um deles, da agência de notícias alemã Dpa, chegou a ser abordado e interrogado, mas acabou sendo liberado.
Paradoxalmente, numerosos agentes policiais de uniforme ou à paisana filmavam em vídeo ou fotografavam os transeuntes que passavam pela rua.
O protesto convocado, chamado de “passeatas da Revolução do Jasmim” — em alusão ao movimento civil que derrubou o governo na Tunísia –, teve um resultado de difícil avaliação, pois o número de manifestantes foi superado em grande quantidade pelo de policiais.
Em Xangai, para onde também foram convocadas manifestações, várias pessoas que tiravam fotos da mobilização foram detidos em um primeiro momento.
Os jornalistas estrangeiros credenciados em Xangai foram advertidos pelas autoridades para que se afastassem do local de eventuais protestos.

Filed under: Notícias
Posted: 27 Feb 2011 07:44 AM PST
Fonte: Terra Brasil
As regiões argelinas que fazem fronteira com a Líbia se encontram em estado de alerta e o Estado-Maior do Exército enviou unidades e equipes militares de reforço para intensificar o controle local, informou neste domingo o diário argelino El Khabar.
As províncias argelinas de El Oued e Illizi foram reforçadas com efetivos militares e também com agentes da Gendarmaria Nacional e da guarda fronteiriça, indicaram as fontes citadas.
Os postos de controle ganharam reforços, sobretudo aqueles situados na fronteira e nas estradas que levam a elas passando por El Oued e Illizi, regiões quase desérticas do sudeste argelino.
O jornal indicou que o dispositivo de segurança pretende impedir a entrada no território argelino de soldados desertores do Exército líbio ou de milícias partidárias de Muammar Kadafi.
Segundo a publicação, numerosos agentes das forças de segurança líbias e militares fugiram rumo à Argélia desde os primeiros dias do levante no país vizinho, e foram “instalados em um local reservado especialmente para eles”.
O primeiro-ministro argelino, Ahmed Ouyahia, ordenou o envio de alimentos e medicamentos às regiões fronteiriças do país, para atender uma possível chegada massiva de refugiados da Líbia.
Segundo os dados oficiais divulgados até o momento, 660 pessoas procedentes da Líbia chegaram nos últimos dias ao posto fronteiriço de Debdeb, na província argelina de Illizi. A agência de notícias oficial argelina APS informou que, entre essas pessoas, há 150 argelinos, 340 egípcios, 14 alemães, 63 franceses, 32 mauritanos, 62 líbios e cinco britânicos.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.
Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.
Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.